terça-feira, 21 de junho de 2011

Les Noces

Les Noces foi coreografado em 1923 a partir da união da coreógrafa bielo-russa Bronislava Nijinska e do compositor e musico Igor Stravinsky.
Nijinska criou a movimentação para Les Noces mostrando movimentos
dançados com influência de ritual do casamento da Rússia antiga. Além de imagens vividas pela coreógrafa durante a Revolução da Rússia antiga, as inspirações do gestual moderno dos movimentos de danças folclóricas russas ajudaram na sensação de transmitir aspectos relacionados a rupturas sob que o trabalho se oferece. A mais conhecida criação da russa Nijinska alia a tradição do balé às vanguardas modernistas do inicio do século XX reforçando a idéia de ousadia que Lês Noces perpassa.
Stravinsky compôs e escreveu a musica em quatro cenas explorando o clima solene dos rituais dos casamentos russos, onde os casais eram determinados pelos pais. A riqueza rítmica da musica oferecida de Stravinsky e o teor dramático do trabalho provoca a dissonância refletida por todo momento na obra dançada, onde os integrantes/bailarinos passam a ser vozes coreográficas complementadas com harmonia do movimento e musica, ressoando como num todo. A arrojada musica de Stravinsky funde o folclore russo com modernas rupturas musicais
O figurino é visto sem a ostentação de cor, lembrando roupas do dia-a-dia dos camponeses russos. Les Noces é dançado também por mulheres onde Nijinska coloca a importância do uso da sapatilha de ponta, pois ela queria restituir silhueta alongada que se vê nos ícones russos e noutras imagens tradicionais da igreja Bizantina.

João Rodrigues

Serenade

Serenade é de autoria do coreógrafo George de Balanchine (1904 - 1984), e música de Tchaicovisky (1840 - 1893), a coreografia foi criada inicialmente para os alunos da School of American Ballet, e partiu de exercícios que tinham a intenção de mostrar aos alunos a diferença entre o bailado em sala de aula e a dança no palco. Serenade não conta uma história, o que se vê é uma sequência de fatos acontecidos dentro da sala de aula, como por exemplo, a réstia do sol, o atraso e a queda de uma bailarina. Essa magnífica obra teve sua primeira apresentação em 1934 com a própria obra prima em palco, os alunos da escola, e sua estréia profissional deu-se em março de 1935.

Serenade também não possui cenário ou objetos cênicos, apenas a luz azul que cria uma atmosfera atemporal e celestial. O figurino é simples, de saias longas de tule que trazem a estética do ballet romântico.


João Rodrigues

domingo, 19 de junho de 2011

Métodos, Escolas... Professores.

O conhecimento da dança só virá após ter praticado com o seu corpo, ossos e músculos num trabalho diário de anos, onde a teoria é apenas um complemento, válido para aprender a utilizar seu corpo. Eu diria que não existem métodos ou escolas ruins, existem sim mestres e professores medíocres, que mesmo formados e com bom conhecimento, deixam a desejar e muito na hora de ensinar.
Penso que cada país, dependendo do método escolhido deveria adaptá-lo ao temperamento, clima e tipo físico e fazer as necessárias mudanças para um melhor rendimento. Um exemplo disso foi George Balanchine que ao se mudar para os Estados Unidos, adaptou a escola russa ás necessidades americanas, longas pernas, quadris estreitos, tendão de Aquiles curto, por isso no demi plié os calcanhares saem do chão, arabesque quase a seconde, braços acima do normal para valorizar as pernas compridas e bailarinas altas. Na escola Inglesa se enalteceu a graça e a dança aparentando ser fácil, para substituir a falta de temperamento e bravura. Acho que hoje, a grande escola é a francesa, com físicos impecáveis, escola caracterizada pela precisão de movimentos uniformes e graciosos em todos os bailarinos, mais como nada é perfeito sempre convidam os russos para injetar o fogo que falta na dança francesa.

Na dança clássica, a Rússia mantém até hoje a tradição do ballet - o que se deve em grande parte durante o regime soviético, onde as fronteiras foram fechadas e o intercâmbio e as viagens das companhias foram proibidas. Assim, quando as fronteiras foram abertas com a mudança do regime, o que o resto do mundo viu foram bailarinos poderosos com cheiro de bolor, que aos poucos a Cia do teatro Marinsky foi os levando, apresentando-os novos figurinos e tipos físicos sem perder seu potencial artístico, principalmente nos ballets de repertório que apesar dos exageros dos braços e das linhas duvidosas das pernas, continua comovente no que se refere à paixão com que dançam.

Existem outras escolas principalmente a dinamarquesa criada por Bournonville que prima pelo acabamento apesar dos braços muitas vezes estáticos com um grande destaque para a dança masculina de onde surgiram até hoje grandes bailarinos.

Graças a Alicia Alonso, amiga de Fidel Castro foi possível criar a escola cubana com o seu apoio e o grande senso de liderança de Alicia que até hoje, mesmo sem a visão e a mobilidade é a grande inspiradora da dança no seu país e no mundo. Na América do Sul, Brasil e Argentina já tem grandes bailarinos de destaque no mundo inteiro mais seja por falta de interesse dos seus governantes ou apoio a cultura não existe reconhecimento dessas escolas, mas entre os grandes mestres mundialmente conhecidos temos muitos sul americanos porque souberam adaptar as grandes escolas ao nosso temperamento, sem ficarem presos a um único método copiados dos livros de dança. Mas uma coisa é certa, é preciso conservar a tradição cuidando para não cair no ultrapassado.

João Rodrigues

domingo, 12 de junho de 2011

Cuidado! Risco de Choque Cultural.

Há algum tempo ouvi um comentário de uma pessoa que assistiu algo em outra cidade e me disse: “– Nossa! Como o povo lá é educado, inteligente, diferente das pessoas daqui!” Pois então meus queridos! O nome disso é choque cultural!
É impressão minha ou as plateias de teatros se transformaram em verdadeiras arquibancadas de estádio de futebol? Pelo amor de Deus, alguém já explicou a essas pessoas o significado de um teatro? Mas o que incomoda mesmo, é que tal comportamento ocorre somente quando se trata de espetáculos e apresentações locais. Onde, independente da escola, acontece um festival de tosse, disputa de berros, e assovios. Mas quando no palco de União da Vitória se apresenta uma companhia vinda de outra cidade, há uma mágica transformação, onde os assovios, gritos, festival de tosses e berros se convertem em total silêncio e no máximo um cochicho super discreto. O público – que é o mesmo das apresentações locais. Torna-se o mais educado e refinado que consegue ser. Os camarins do teatro – que também são os mesmos utilizados pelos grupos daqui, ficam limpos e com um agradável perfume. Mas a maior transformação está na equipe que trabalha no teatro, todos ficam muito simpáticos, receptivos e educados, tudo que for pedido se torna possível, não há caras feias e nem quem ouse dizer: “– Não, isso não dá pra fazer!” Os grupos não só da dança, mas todos que de alguma forma utilizam o único teatro em funcionamento daqui, entendem muito bem do que estou falando.

O teatro é uma criação grega, onde na antiguidade, qualquer atividade feita neste espaço tinha significado religioso, esse era o momento se elevação espiritual onde o artista conseguia alcançar as divindades através da comédia, do drama ou das danças. Mas isso era para poucos, pois somente algumas pessoas seriam capazes de atingir com tamanha sutileza tais Deuses e com isso tocar a plateia que emocionada, com um sentimento elevado, se expressava através de sons contínuos sem quebrar o delicado equilíbrio entre Deuses e artistas.

A arte é sublime e poucos entendem o seu verdadeiro objetivo.

Portanto, nesta região, pessoas que nunca se interessam por história principalmente a respeito da própria arte que praticam ou lugares que freqüentam deveriam tomar mais cuidado ao sentar-se numa platéia para assistir á um espetáculo.

A arte não nos pertence, é uma religião, e a dança mostra com o corpo o que palavras poderiam dizer. Uivos, gritos, berros é histeria e lugar de histéricos é nos hospitais psiquiátricos.

Sempre é bom lembrar, que os alunos se espelham em seus professores!

Feliz dia dos Namorados! Parabéns para quem consegue ter tempo para namorar!

Parabéns Paulinho, muita dança... Parabéns Quica, a podle irritante!

João Rodrigues