segunda-feira, 25 de julho de 2011

Eu coleio. Tu coleias. Ele mente!

As pessoas adoram defender a ideia de uma ética onde todos são sinceros e falam a verdade, tentando assim fazer a política da boa vizinhança, erguem a bandeira da transparência e escondem suas sujeiras de baixo do tapete.
Mas! Seria ótimo se todos fôssemos verdadeiros e sinceros, mesmo que em período integral. Seria ótimo ouvir e falar a verdade, e aí entra a seguinte questão: Até onde nós – Eu, você, alguns bailarinos por aí, a cover da Britney no Se Ela Dança, Eu Danço... Enfim, até que ponto estamos preparados pra ouvir certas verdades?
Prof. João explica! Então, as verdades que nos são ditas – São aceitas até o ponto que nossa zona de conforto permite. E aí começam a valer os elogios pra agradar os outros (mentir para agradar).
Mas Prof. João? Mentir é normal! Todo mundo mente!
Sim, mentir em alguns casos até faz bem. A tal mentira branca como chamam, mas que pode se transformar em outras cores rapidamente. E se o nosso limite pessoal é o conforto, quando se trata da sociedade é a consideração pelo outro, ou seja: Seu direito termina quando interfere no meu! E apesar da cara e pau de muitos, felizmente nosso nariz não cresce. Caso contrário, seríamos uma raça planetária de bailarinos narigudos e estaríamos condenados á nunca mais beijar na boca!

A competição então seria pelo maior e mais belo nariz!
João Rodrigues

domingo, 10 de julho de 2011

Étendre

Étendre é um dos sete movimentos da dança, e significa esticar/estender. E meu objetivo é exatamente esse, estender o olhar que se tem da dança, compreender o movimento de um modo diferente. Deixar a dança exposta por inteiro para quebrá-la em fragmentos e colocá-los em análise.
De um ponto de vista mais amplo, exigir do artista que faz a dança, a simplicidade e a expressão sincera de sua personalidade, ajudado por todos os meios que essa arte o oferece. Quem não tem personalidade não é digno de fazer arte.
Stendhal disse uma vez: “A pintura não é mais que a moral construída!” Se a palavra moral puder ser entendida em um sentido mais ou menos liberal, então é possível dizer o mesmo de todas as artes, e como a arte se expressa pelo sentimento, pela vida, pela imaginação de cada um. Dançar é plasmar no seu corpo os mais puros sentimentos, é deixar transparecer o que você é. Mas como definir a dança é uma tarefa muito delicada e particular, decidi recorrer a uma frase da melhor forma e sentimento da própria dança: "A dança não é diversão, mas sim religião, a religião da beleza. Para quem dança, o movimento é um meio de expressão dos sentimentos e pensamentos da alma, vivemos porque dançamos, vivemos enquanto dançamos” - Isadora Duncan.
Vamos estender nossa visão para essa arte, fazer crescer, não se acomodar. Ser críticos com todos e principalmente com nós mesmos. E como disse George Bernard Shaw, “A dança é uma tentativa muito rude de penetrar no ritmo da vida.”
João Rodrigues

terça-feira, 5 de julho de 2011

Múltiplos Olhares

Neste último final de semana, dias 02 e 03, ocorreu em nossas cidades a 4ª Mostra Paranaense de Dança, que é realizada pelo Ballet Teatro Guaíra. O evento acontece anualmente e passa por várias cidades do estado do Paraná com o intuito de proporcionar diferentes e novas experiências. E uma destas experiências é a mostra seletiva, onde as escolas e grupos podem inscrever e apresentar seus trabalhos. Trabalhos estes que são avaliados em diferentes critérios técnicos, e onde somente os melhores são selecionados.
Mas não foi o que aconteceu na última noite de domingo, dia 03, no Cine Teatro Luz, de onde sai me perguntando qual dos olhares usado para avaliar um trabalho o júri da noite usou?
Olhar técnico ficou óbvio que não foi! Democráticos? Acredito que não, pois teve dois grupos que não foram selecionados, e um grupo onde duas coreografias foram escolhidas. Seria uma forma de incentivar os participantes á participarem mais ativamente? É, Pode ser! Mas participar sabendo que serão escolhidos todos os grupos, independente de nível - não me parece muito empolgante!
Não estou questionando as decisões tomadas pelos jurados, pelo contrário entendo até certo ponto – E por um lado é bom, que sejam selecionados o maior número possível de escolas porque assim todos têm a oportunidade de representar a dança de nossas cidades na Mostra Final, em Curitiba. O lado ruim é deixar que alguns grupos um tanto despreparados fiquem com a função de mostrar como é a dança de nossas cidades, e dependendo desses grupos, acredito que o público curitibano não verá muita coisa nos dias 05 e 06 de novembro.
João Rodrigues