domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Técnica e a Emoção

Dançar é aventurar-se na grande viagem do movimento emocional. Na vivência da relação mundo-eu, é força de relação com o mundo exterior
Dançar não significa reproduzir forma. A forma pura por si só é fria, estática e repetitiva. As formas catalogadas, conhecidas e robotizadas em nossa memória criam uma forte barreira à criação de movimentos novos e ricos em expressão como também bloqueiam uma relação integral com o mundo e a dimensão existencial revelada através do corpo, esta deixa de existir. A descoberta do “eu” interior, da existência do ser, do individual e criativo do homem é fator importante para a Dança. São estas características que a torna uma forma de expressão da comunidade humana que o dançarino integra como aporte efetivo.
Esta abordagem teve o propósito de deixar transparente que o trabalho em dança, quando usa excessivamente técnicas formais, divorcia o movimento do impulso vital. Os movimentos produzidos por artifícios somente técnicos são destituídos de emoção e poderão ser confusos e pouco objetivos na forma de expressão.
O valor da técnica na Dança está em seu sentido utilitário e não como um fim em si mesmo. A técnica seria um meio eficaz para canalizar o movimento expressivo a atingir os seus propósitos – plena sintonia entre dançarinos e o mundo pela sua comunicação gestual.
A essência da técnica consiste em organizar e difundir um determinado conhecimento sobre o próprio corpo e as possibilidades dos movimentos existentes em potencial. A clareza e a objetividade dos movimentos permeados pela técnica cristalina e transparente fazem à beleza do movimento. A limpeza do gesto e movimento expressando o que se busca expressar; ganha a beleza e emoção, traz como consequência, valor estético da dança. Manifestar sentimentos, emoções e intenção em relação à realidade que cerceia o dançarino confere a expressão de um movimento coreográfico uma natureza sequencial de verdades pela dimensão autêntica do movimento executado.

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